terça-feira, 30 de outubro de 2012

APRESENTAÇÃO


TRASH – 6ª MOSTRA GOIANA DE FILMES INDEPENDENTES 
CINEMA DE VÍSCERAS

Cronologicamente, 13 anos separam a primeira e a sexta edições da TRASH. Cinematograficamente, esse hiato pula pra 130 anos fácil, fácil. Existe um abismo entre a produção audiovisual independente de 1999 e aquela dos dias atuais. Naqueles idos, filme de baixo orçamento era necessariamente filme tosco e mal-acabado – e por isso mesmo, muito divertido. A TRASH era trash mesmo.

As coisas mudaram. Pra melhor em alguns aspectos. Pra outros, não. Produzir um filme tecnicamente decente é uma realidade que não se pode mais negar. Com a tecnologia digital, ninguém mais precisa de tufos de dinheiro para criar aquelas cenas que antes custariam uma fortuna. Por outro lado, todo mundo sabe que as facilidades produzem um efeito colateral terrível: a tendência é ficar acomodado, frouxo, fresco. Bunda-mole, enfim. E poucas coisas são mais odiosas que filme bunda-mole. 

Dez anos atrás, quando se falava em cinema trash era impossível não pensar em vísceras e sangue. A TRASH – 6ª Mostra Goiana de Filmes Independentes mantém, em pleno 2012, seu compromisso com o cinema de vísceras. Não obrigatoriamente aquelas criadas no quintal de casa com artigos vindos do açougue da esquina, para fins de “efeitos especiais”. O compromisso da TRASH, hoje, é com um cinema feito com as vísceras, que irradia criatividade e paixão, não aceitando limites à ousadia. Cinema visceral. 

Esta edição da mostra traz sua melhor curadoria desde sempre. Temos longas aguardados, como A noite do chupacabras, do craque Rodrigo Aragão e o “trash raiz” (já ouviram essa?) Entrei em Pânico ao Saber o que Vocês Fizeram na Sexta-feira 13 do Verão Passado Parte 2 - A Hora da Volta da Vingança dos Jogos Mortais de Halloween, de Felipe Guerra. Temos a Mostra HQ, que estabelece outras conexões entre quadrinhos e cinema que não aquelas pautadas pelo megasucesso de marketing dos blockbusters de super-herois. Carlos Primati, maior autoridade do cinema de horror no Brasil, vem para a TRASH oferecer oficinas imperdíveis. Filmes premiados em festivais respeitáveis. Filmes nunca vistos. E a cereja do bolo: a mostra do pioneiro cineasta de bordas David Rangel. Com presença do próprio. 

Em 2012, a TRASH seguramente ocupa o lugar de mostra mais radical do audiovisual realizada em nossas plagas. Isso não é lá um grande desafio. Desafio é mexer com suas vísceras. 

Divirta-se.

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