segunda-feira, 22 de outubro de 2012

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WORKSHOP 1

HORROR NO CINEMA BRASILEIRO
Com Carlos Primati

2 e 3 de novembro

15h às 18h

INSCRIÇÕES GRATUITAS (até 01/11)

LOCAL: Centro Cultural UFG (Av. Universitária, 1533 – Setor Universitário)


O horror é um dos gêneros mais populares no cinema mundial e conta com muitos aficionados também no Brasil, mas ainda existe um aspecto pouco explorado desse cenário: o panorama nacional de produção no tema. Pouco se conhece e menos ainda se debate além das obras de José Mojica Marins e seu personagem mais famoso, o sádico Zé do Caixão, mas há muito ainda para se descobrir dos filmes de horror brasileiros, incluindo cineastas conhecidos que se dedicaram ao gênero, como Carlos Hugo Christensen, Walter Hugo Khouri e Fauzi Mansur, além das comédias em clima de ‘terrir’ de Ivan Cardoso e as paródias de Mazzaropi.

O curso Horror no Cinema Brasileiro, organizado e ministrado pelo jornalista e pesquisador Carlos Primati, tem como proposta apresentar um vasto panorama do gênero no Brasil. Composto por duas aulas de três horas de duração cada, o curso faz uma cronologia do horror no Brasil, desde os primeiros flertes com o gênero, ainda no período das chanchadas, até as produções atuais, passando por todos os períodos da nossa cinematografia.

A pesquisa destaca as produções profissionais em película ao longo de 65 anos de cinema e cataloga uma quantidade impressionante de longas-metragens com elementos de horror: mais de 300 filmes brasileiros lidaram com o imaginário do gênero de uma maneira ou outra. Desde os melodramas góticos dos estúdios paulistas (Meu Destino É Pecar, Presença de Anita, Ravina), o cinema experimental ‘udigrúdi’ de Sganzerla, Bressane e Visconti (Sem Essa, Aranha, Barão Olavo, o Horrível, Os Monstros de Babaloo), chegando até mesmo a contaminar o engajado Cinema Novo, como no caso do místico e sobrenatural Pecado na Sacristia (1975), o horror nacional tem uma trajetória fascinante e única, de identidade própria, praticamente sem paralelos com o cinema de outros países.

O sucesso de José Mojica Marins (À Meia-Noite Levarei Sua Alma, Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver, O Estranho Mundo de Zé do Caixão) nos anos 60 inspirou a colaboração de Ozualdo Candeias e Luís Sérgio Person em Trilogia de Terror (1968) e mais tarde repercutiu no cinema da Boca do Lixo da década seguinte, que revelaria obras intensas de cineastas como Fauzi Mansur, David Cardoso, Ody Fraga, Luiz Castellini, Jean Garrett, John Doo e muitos outros. O macabro e o mórbido se misturaram ao sádico e fetichista, chegando aos extremos do sexo explícito na produção popular.

O misticismo também serviu de inspiração para obras no limiar do horror em filmes com as mais diferentes inclinações religiosas, como as entidades do candomblé em As Noites de Iemanjá e A Força de Xangô e o espiritismo kardecista de Joelma, 23º Andar e O Médium: A Verdade Sobre a Reencarnação. A produção recente também tem oferecido diferentes visões do horror, em alguns casos em filmes de grande porte, como O Xangô de Baker Street, Bellini e o Demônio e os folclóricos O Coronel e o Lobisomem e O Homem Que Desafiou o Diabo, ou nos surreais e obscuros O Fim da Picada e Mistéryos e o experimental FilmeFobia, mas acima de tudo a produção independente assumidamente de horror, que tem revelado talentos como os de Rodrigo Aragão (Mangue Negro, A Noite do ChupaCabras) e Paulo Biscaia Filho (Morgue Story, Nervo Craniano Zero) e exemplares curiosos como O Guri, Desaparecidos e Strovengah.

O curso contará com a exibição de cenas de filmes, muitos deles raros e de difícil acesso, além de trailers, cenas de bastidores e trechos de documentários que discutem o gênero no Brasil, como TAI: Trabalho Autoral Independente e Onde os Mortos Não Têm Vez.

PROGRAMA COMPLETO:

Aula 1: Décadas de 1930 a 1960

1. As chanchadas d’além túmulo e os fantasmas do bem
2. As mulheres destruidoras e os melodramas góticos
3. O folclore e as lendas assustadoras nos filmes de horror
4. O pioneirismo destemido de José Mojica Marins, o Zé do Caixão
5. Experimentalismo udigrúdi: Rogério Sganzerla e Júlio Bressane
6. Entidades do candomblé e da macumba no imaginário do horror

Aula 2: Décadas de 1970 a 2010

1. A simplicidade cabocla das comédias sobrenaturais de Mazzaropi
2. ‘Terrir’: a irreverência de chanchada de horror de Ivan Cardoso
3. O terror existencialista dos fantasmas de Walter Hugo Khouri
4. Retratos do mal no terror barroco de Carlos Hugo Christensen
5. Sexo, sangue e violência: o cinema de gênero na Boca do Lixo
6. Teratologia disforme: as monstruosidades do novo cinema



WORKSHOP 2


O GÊNIO MACABRO DE JOSÉ MOJICA MARINS, O ZÉ DO CAIXÃO
Com Carlos Primati

4 de novembro

15h às 19h

INSCRIÇÕES GRATUITAS (até 01/11)

LOCAL: Centro Cultural UFG (Av. Universitária, 1533 – Setor Universitário)


Há quase cinquenta anos o paulista José Mojica Marins tem sido o representante máximo do cinema de horror brasileiro, desde o estrondoso sucesso do longa-metragem À Meia-Noite Levarei Sua Alma (1964), obra que até hoje surpreende por sua impetuosidade, violência e heresia, conquistando admiradores ao redor do mundo. O filme lançou o personagem Zé do Caixão, que imediatamente entrou para o imaginário popular nacional e deu origem a uma saga formada por outros dois filmes, além de ser adaptado para outras mídias: histórias em quadrinhos, livros de bolso, televisão e até mesmo músicas, das marchinhas de carnaval ao rock pesado.

O curso O Gênio Macabro de José Mojica Marins, o Zé do Caixão, organizado e apresentado por Carlos Primati, pesquisador que documentou a obra do cineasta em DVDs e livros, tem como proposta debater os filmes de horror de Mojica. Um dos temas abordados é a origem do personagem Zé do Caixão, surgido num pesadelo de seu criador; uma criatura complexa que combina características de vários outros seres do imaginário do horror, porém ao mesmo tempo completamente original e bem brasileiro.

O conteúdo será dividido em duas partes em uma aula de quatro horas de duração: a primeira metade será dedicada à trilogia de Zé do Caixão (À Meia-Noite Levarei Sua Alma, Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver, Encarnação do Demônio) e seu impacto no cinema de gênero mundial; a segunda parte falará sobre os outros filmes de horror do cineasta, incluindo o clássico O Estranho Mundo de Zé do Caixão e a obra-prima delirante Ritual dos Sádicos (O Despertar da Besta). O curso contará com um vasto material em vídeo, com exibição de trechos de filmes, trailers, curtas-metragens e o documentário Uma Descida ao Inferno de Zé do Caixão, que analisa a obra do cineasta.

PROGRAMA COMPLETO:

Parte 1: A Saga de Zé do Caixão

1. Pesadelo macabro: a origem de Zé do Caixão
2. “À Meia-Noite Levarei Sua Alma” (1964)
3. “Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver” (1967)
4. “Encarnação do Demônio” (2008)

Parte 2: Além de Zé do Caixão

1. Queira ou não, praticamente um mestre de muitos gêneros
2. “O Estranho Mundo de Zé do Caixão”, “Pesadelo Macabro”
3. “Exorcismo Negro”, “A Estranha Hospedaria dos Prazeres”
4. “Inferno Carnal”, “Delírios de um Anormal”, “Perversão”

Carlos Primati 
Jundiaí, São Paulo, Brazil

Jornalista, crítico, historiador e pesquisador dedicado a tudo que se refere ao cinema de horror mundial. Publicou artigos em livros sobre a obra do cineasta José Mojica Marins e sobre o Horror no Cinema Brasileiro, firmando parceria com a Heco Produções em mostras dedicadas à produção nacional no gênero. Colaborou no livro Maldito, de André Barcinski e Ivan Finotti, e co-produziu, juntamente de Paulo Duarte, a Coleção Zé do Caixão em DVD, vencedor do 1º Prêmio DVD Brasil como melhor coleção do ano. Publicou textos nas edições especiais O Livro do Horror (Herói), O Super Livro dos Filmes de Ficção Científica (Superinteressante) e A História do Rock (Bizz). Criou e editou a revista Cine Monstro, ministrou os cursos A História do Cinema de Horror e O Cinema de Alfred Hitchcock e trabalha na organização de uma monumental enciclopédia sobre filmes de horror. Colaborador de publicações como O Estado de S.Paulo, Folha de S.Paulo, Jornal da Tarde, Bizz, Set, General, Herói, Conecta, Dark Side, DVD Total, Showtime, Mundo Estranho, Flashback, Monet etc. Editou o livro Voivode: Estudos Sobre os Vampiros e escreveu o volume sobre Séries de TV da Coleção 100 Respostas (Mundo Estranho).

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